ERA UMA VEZ NA AMÉRICA LATINA #40
“Trenque Lauquen”: a protagonista mutante do melhor filme de 2023/ “Eu Vi Três Luzes Negras” na Filmicca/ Argentina não aprova produção de novos filmes desde 2024/ 15 anos de Sessão Vitrine Petrobras
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TRENQUE LAUQUEN, O MELHOR FILME DE 2023: Adiós, adiós. Me voy, me voy.
Rafael (Rafael Spregelburd) e Chicho (Ezequiel Pierri) circulam de carro pela cidade de Trenque Lauquen e arredores em busca de Laura (Laura Paredes), uma quase bióloga que terminava seu estágio na prefeitura quando, repentinamente, desapareceu.
O primeiro é o namorado de Laura, com quem ela planejava ir morar junto quando voltasse a Buenos Aires depois do estágio e quem já lhe havia conseguido um emprego para que ela desse continuidade à sua carreira acadêmica na capital. O segundo, Ezechiel, conhecido pela provinciana Trenque Lauquen como Chicho, é o funcionário municipal responsável por transportar Laura durante seus deslocamentos de trabalho de campo catalogando flores. Vez ou outra, Chico também a deixava na rádio local, onde ela mantinha um trabalho paralelo como colunista. Cada um deles procura por uma versão diferente de Laura. A de Rafael é a de Buenos Aires, metódica, dedicada, programada. A de Chicho, uma Laura curiosa, inquietante, envolvente, obcecada por correspondências de amor que encontrou por acaso em meio a alguns livros emprestados da biblioteca da cidade.
A Laura de Trenque Lauquen, portanto, não existe para Rafael, assim como a anterior a Trenque Lauquen é desconhecida para Chicho. E isso é algo que eles aprenderão juntos ao se encontrarem para uma jornada detetivesca um tanto desajeitada.
Eleito melhor filme de 2023 pela tradicional revista francesa Cahiers du Cinéma, o argentino “Trenque Lauquen”, de Laura Citarella (que também assina o roteiro junto de Paredes), estabelece numa narrativa de pouco mais de quatro horas, não linear e separada em vários capítulos, o mistério sobre o sumiço e as motivações de sua protagonista.
No Brasil, a obra estreou comercialmente direto no catálogo da HBO Max, dividida em duas partes de duas horas cada. Assim, na primeira leva de capítulos somos apresentados à cartografia social e física dos pampas trenquelauquenses, bem como nos deparamos ora com as peças do quebra-cabeças de percepções/projeções dos homens que pensavam conhecer a protagonista, ora com fragmentos de sua rotina, de sua personalidade, de suas obsessões e sentimentos.
Já na segunda parte, o filme abraça com mais vigor o inexplicável. Então, Chicho, Rafael, suas suposições sobre Laura e a obsessão dela pela história de amor das cartas da biblioteca se tornam coadjuvantes. Nessa transição, entram em cena as mulheres de Trenque Lauquen, essas, sim, em alguma medida mais integradas à órbita de estranhezas que acontecem ao redor da protagonista e em seu interior. Tais estranhezas dão o tom do mistério ao serem incorporadas com naturalidade à jornada de autoconhecimento de uma mulher que, perambulando pela cidade, atinge uma espécie de estado de simbiose com o espaço.
Num compasso particularmente intrincado, mas nunca enfadonho, inclusive às vezes até meio cínico e auto jocoso, a trama se entrega ao ambíguo, trabalhando um ecossistema que toma forma a partir das paisagens provincianas de Trenque Lauquen e se enrique a partir de várias histórias sobrepostas, entrecortadas, finalizadas ou não.
Todas histórias que envolvem uma personagem principal disposta a conviver com o mistério e a ficção do ordinário, sempre propensa a mutações, a se permitir, escutar, fluir, experienciar, acreditar, obcecar, descobrir. Talvez por isso seja tão difícil alcançá-la em totalidade. Laura também está à procura de Laura, afinal. Suas movimentações a fazem parecer um instigante caleidoscópio de si mesma.
Apesar de frequentemente comparado a “Twin Peaks”, de David Lynch, “Trenque Lauquen” reserva para si uma mitologia muito própria sobre seus territórios físicos e simbólicos, alicerçada num tipo de humor do esquisito tipicamente argentino.
Então, seja curiosa pelas cartas de amor encontradas nos livros, seja sentindo-se estranhamente atraída pela ideia de desvendar verdades sobre o que surgiu na lagoa da cidade, Laura embarca numa epopeia de dilemas existenciais que servem como base, de maneira nada óbvia, à consolidação de uma atmosfera labiríntica, grotesca e, ao mesmo tempo, irresistível. Flertando sempre com o insólito, a iluminação, as interpretações do elenco e o instrumental da trilha sonora aprofundam o clima surrealista da obra.
Uma pena o filme não ter estreado nos cinemas. A distribuição comercial de uma obra independente tão longa, hoje, é de fato raríssima, mas seria uma experiência e tanto vivenciar essas quatro horas sob a imersão da tela grande. Graças à configuração de capítulos, os minutos passam voando. Em pouco tempo torna-se complicado não desenvolver fixação por Laura e suas obsessões.
“Trenque Lauquen” é uma produção El Pampero Cine, coletivo criado pelos cineastas Mariano Llinás, Laura Citarella, Agustín Mendilaharzu e Alejo Moguilansky em 2002.
NOS CINEMAS
AINDA NÃO É AMANHÃ
Janaína (Mayara Santos) é uma jovem de 18 anos que vive com a avó e a mãe num conjunto habitacional na periferia do Recife. Ela é a primeira pessoa da família a conseguir ingressar na universidade, e acaba de receber uma bolsa de monitoria em seu curso de direito. Logo em seguida da notícia da bolsa, porém, acontece a descoberta de uma gravidez indesejada que ameaça todos os seus planos de futuro.
Dirigido e roteirizado por Milena Times e distribuído pela Embaúba Filmes, “Ainda Não é Amanhã” aborda as consequências da criminalização do aborto no país a partir da perspectiva de uma protagonista encurralada por não poder decidir sobre o próprio corpo, pela culpa de colocar em risco todo o sacrifício de uma mãe e uma avó que trabalham duro para que ela possa apenas estudar, pela receio de decepcionar essas mulheres que depositam nela a esperança de mudar o histórico familiar, pela angústia de ter de procurar clandestinamente por soluções para o seu dilema.
Com muita sensibilidade e sutileza, Times, em seu primeiro longa-metragem, se concentra no cotidiano de Janaina, na forma como a ideia de maternidade compulsória sequestra seus dias, lhe causando muito mais sofrimento e pesar do que a ideia de um aborto. Janaína não quer ser mãe e não pretende seguir adiante com a gestação, mas sua decisão prática sobre interromper a gravidez a empurra para uma jornada completamente opressiva. Nessa busca por conseguir realizar um aborto minimamente seguro, um processo individualizado e solitário, a jovem se apoia na companhia de sua melhor amiga e nos contatos de uma colega.
Aqui, o recorte se afasta de moralismos comportamentais e religiosos, bem como dos clichês sobre namoros adolescentes e relacionamentos entre mãe e filha, para se ater a questões de raça e classe que inevitavelmente tornam um processo de interrupção de gravidez muito menos simples do que ele de fato deveria ser.
No material de divulgação do filme, a diretora comenta que a história passou por muitas mudanças ao longo do tempo, influenciadas pela conjuntura do país: “Ao invés de avançar na discussão, vemos direitos já previstos por lei serem sistematicamente ameaçados. Por isso, me parece ainda mais relevante tratar sobre o assunto.”
Em ocasião da estreia de “Ainda Não é Amanhã” nos cinemas (lançado em 05 de junho), a plataforma Embaúba Play disponibiliza gratuitamente os curtas-metragens “Au Revoir” (2013) e “Represa” (2016), uma oportunidade para conhecer mais a fundo a obra da pernambucana Milena Times.
A PROCURA DE MARTINA
Martina (Mercedes Morán) é uma Avó da Praça de Maio que há mais de 30 anos procura pelo neto, nascido nos porões do regime militar argentino depois de sua filha ter sido sequestrada pela ditadura.
Essa longa jornada de busca se torna mais desesperada quando Martina, agora viúva e recém diagnosticada com Alzheimer, descobre que o neto pode estar no Brasil. Com seu corpo e sua memória começando a desvanecer pela doença, a protagonista de “A Procura de Martina” enxerga nessa nova pista uma última oportunidade de realizar o sonho de reencontrar seu neto, e por isso decide partir de Buenos Aires rumo ao Rio de Janeiro.
Contando com um impactante trabalho corporal e emocional de Morán, o filme, uma coprodução Brasil/Uruguai, se inspira nos casos de bebês de militantes políticos que foram sequestrados durante as ditaduras do continente e depois entregues a famílias da elite militar ou a seus apoiadores. Trata-se, portanto, de uma jornada sobre os meandros da memória coletiva e individual, de uma missão que Martina, inabalável em sua resiliência, impõe a si própria contra o esquecimento físico e histórico.
“A Procura de Martina” é dirigido pela brasileira Marcia Faria, que assina o roteiro ao lado de Gabriela Amaral Almeida (“O Animal Cordial”).
Em cartaz também nos cinemas argentinos, o filme teve uma exibição especial no Auditório das Avós da Praça de Maio, com a presença de Marcia Faria, Mercedes Morán e Estela B. de Carlotto, presidenta da associação.
Lançado em 5 de junho.
NO STREAMING
EL AFFAIRE MIU MIU (Mubi)
No curta “El Affaire Miu Miu”, Laura Citarella retoma com maestria as paisagens e a atmosfera intrigante de “Trenque Lauquen” em um novo e misterioso caso de desaparecimento. Ainda que com personagens diferentes - exceto por Chicho (Ezequiel Pierri), que retorna como última pessoa a ter visto a desaparecida -, o elenco e o clima da narrativa se mantêm. É como se nunca tivéssemos deixado a Trenque Lauquen do longa-metragem.
Dessa vez, porém, a trama gira em torno de uma investigação policial acerca do sumiço de uma modelo que chega à província para um desfile de uma marca de moda italiana. A chegada das equipes e das modelos causa comoção na comunidade local, alterando a rotina da cidade. Entretanto, depois de um primeiro dia de trabalho, a modelo principal da campanha simplesmente foge, deixando para trás um rastro de peças de roupas. Nessa história, a atriz Laura Paredes deixa para trás sua Laura e assume a interpretação de uma clarividente que auxilia as investigações.
Trata-se de um filme encomendado pela Miu Miu, da Prada, para ser o capítulo número 28 da "Miu Miu Women 's Tales", uma série de filmes da marca que são dirigidos por cineastas mulheres em evidência.
“Tive que aprender a filmar roupas”, admite Citarella em declaração ao site da Miu Miu. “Era preciso encontrar uma conexão entre moda e storytelling, fundindo a paisagem fantástica do pampa e o mundo da Miu Miu, onde as roupas fazem parte da ficção como personagem principal.”
DÁLIA E O LIVRO VERMELHO (Disney+)
Considerado o primeiro longa-metragem de animação do Equador, “Dália e o Livro Vermelho” narra a história de uma garota de 12 anos que acaba de perder o pai, um famoso escritor de contos que faleceu antes de terminar seu primeiro romance.
Apesar de ter herdado do pai o gosto pela escrita e de sempre ser incentivada pela mãe editora a desenvolver tal talento, Dália se mostra insegura sobre querer intitular-se escritora. Um dia, porém, a menina é sequestrada pelos personagens do livro inacabado do pai, o Livro Vermelho, e arrastada para dentro da história, onde deverá mediar uma disputa de protagonismo entre os personagens e encontrar um desfecho para a trama.
Dirigido e roteirizado por David Bisbano, “Dália e o Livro Vermelho" acompanha então a jornada de uma jovem protagonista desafiada a revisitar o universo fantástico criado pelo pai, superar o luto, encontrar sua própria narrativa e fazer as pazes com a criatividade.
Narrativamente cativante e visualmente encantador, o filme, que combina técnicas de stop motion, 2D e 3D na concepção dos cenários e dos personagens, foi produzido pelo estúdio equatoriano Matte CG (mesmo estúdio responsável pelo curta “Afterwork”, vencedor do primeiro Prêmio Quirino de Melhor Curta-metragem Ibero-americano de Animação, em 2018) e contou com o trabalho de equipes também da Argentina, Peru, Colômbia, Brasil e Espanha.
EU VI TRÊS LUZES NEGRAS (Filmicca)
José de los Santos (Jesús María Mina) vive num vilarejo da selva da costa do Pacifico colombiano dedicado à missão de recolher mortos e lhes proporcionar um funeral digno através dos rituais mortuários que aprendeu ainda muito jovem com seus ancestrais, ex-escravizados africanos. Entretanto, tal atividade tem sido dificultada pelos toques de recolher impostos pelos paramilitares, que o impedem de circular livremente pelo território como se a morte tivesse horário para acontecer.
Apesar de viver em poderosa comunhão com a floresta e com sua ancestralidade, José, já com seus 70 anos, carrega o amargo peso de não ter podido sepultar seu próprio filho, Pium Pium (Julián Ramírez), assassinado há alguns anos pelo crime organizado e desaparecido desde então.
Um dia, o espírito de Pium Pium, um dos tantos mortos nunca encontrados e nunca submetidos aos ritos de passagem, uma das tantas almas vitimadas pelo conflito armado e condenadas a vagar pela selva sem alcançar o descanso eterno, faz uma visita a José. O objetivo da aparição é comunicar o pai de que sua morte se aproxima e lhe recomendar que encontre um lugar apropriado para descansar em paz.
Seguindo a recomendação do filho, o protagonista empreende uma última andança por aquela zona de conflitos, um território ao mesmo tempo tão familiar e tão hostil.
Dirigido por Santiago Lozano Álvarez (“Siembra”, 2015), “Eu Vi Três Luzes Negras”, de 2024, borra os limites entre vivos e mortos num contexto de trauma coletivo que se projeta a partir de um protagonista cansado, desesperançoso, mas sempre altivo.
Numa construção narrativa que recusa o começo, meio e fim, o filme encontra nos contos orais, na observação, na mítica ancestral, as referências de forma para, através de uma última peregrinação de seu protagonista, percorrer as nuances da relação de um determinado território com a morte.
NOTÍCIAS
15 ANOS DE SESSÃO VITRINE PETROBRAS
Celebrando 15 anos de existência, a Sessão Vitrine, agora novamente patrocinada pela Petrobras, anunciou as novidades de 2025 do projeto. Para esta edição, estão previstos os lançamentos de longas e curtas inéditos e premiados (como “A Natureza Das Coisas Invisíveis”, de Rafaela Camelo, recentemente exibido em Berlim; e “Dormir De Olhos Abertos”, uma coprodução entre Brasil, Argentina, Alemanha e Taiwan, vencedora do prêmio da crítica internacional na mostra Encontros do Festival de Berlim do ano passado e produzida por Kleber Mendonça Filho e Emilie Lesclaux) e a restauração e digitalização de clássicos nacionais contemporâneos (como “Saneamento Básico” e “Ilha das Flores”, de Jorge Furtado).
Com o objetivo de fomentar o interesse do público pelo cinema brasileiro e reforçar seu compromisso com a preservação da memória audiovisual nacional, democratizando o acesso aos filmes, descentralizando os títulos que chegam às salas, aproximando os realizadores e suas obras do espectador e formando uma cultura cinematográfica baseada em referências brasileiras, a Sessão Vitrine Petrobras, criada originalmente em 2007 pela Vitrine Filmes, distribui seus títulos para mais de 30 cidades do país com ingressos a preços reduzidos, organiza projeções acompanhadas por discussões e promove oficinas com autores.
O primeiro lançamento 2025 da Sessão Vitrine Petrobras aconteceu em janeiro com “Kasa Branca”, estreia de Luciano Vidigal, do grupo Nós do Morro, na direção solo de longas-metragens.
Já em 13 de março chegou aos cinemas “O Melhor Amigo”, de Allan Deberton (“Pacarrete”, 2019), uma comédia romântica musical, brega, cearense e queer. Contando com várias referências musicais e televisivas dos anos 90 e participações especiais de Claudia Ohana, Gretchen e Mateus Carrieri, Deberton nos apresenta aos dilemas de relacionamento do jovem arquiteto Lucas (Vinicius Teixeira).
Em junho foi a vez do relançamento comercial de dois clássicos de Jorge Furtado, o longa “Saneamento Básico” (2007) e o curta “Ilha das Flores” (1989), ambos em cópias digitais restauradas em 4K e programados para exibições em sessões conjuntas.
Para o segundo semestre deste ano, a Sessão Vitrine confeccionará um catálogo especial com entrevistas e textos de jornalistas e diretores renomados. O material será distribuído em espaços como universidades e bibliotecas, tornando-se fonte de pesquisa e registro histórico sobre os 15 anos do projeto.
Está prevista ainda a criação do aplicativo Sessão Vitrine Petrobras, que contará com informações do projeto e dos filmes e com um clube de fidelidade que poderá proporcionar ao público a troca de pontos por brindes e descontos, além da continuação em novo formato do podcast/videocast A Dobra, programa de entrevistas com a equipe dos filmes lançados pelo projeto.
ARGENTINA: INCAA NÃO APROVA PRODUÇÃO DE NENHUM FILME DESDE 2024
De acordo com um informe publicado por El Espacio Nacional Audiovisual, uma associação de produtores e diretores do cinema argentino, o INCAA (Instituto Nacional de Cinema e Artes Audiovisuais) não aprova a produção de nenhum filme nacional desde o início de 2024, quando Carlos Pirovano assumiu a gestão do Instituto nomeado pelo governo Milei.
O informe ainda destaca que Pirovano se tornou o primeiro diretor do INCAA a aprovar zero filmes argentinos durante sua gestão, e detalha que esse resultado se deve à adoção de uma série de medidas que prejudicam o desenvolvimento e o crescimento da indústria audiovisual. Desde 2024, a nova gestão elimina instrumentos de fomento à produção, retira apoio à difusão e à comercialização do cinema nacional e perde presença no âmbito internacional. Em Infocielo
RITAS, O DOCUMENTÁRIO BRASILEIRO COM MAIOR BILHETERIA DE 2025
Inspirado na autobiografia de Rita Lee, “Ritas”, documentário dirigido por Oswaldo Santana e codirigido por Karen Harley, chegou aos cinemas no final de maio. De acordo com a Biônica Filmes, distribuidora do documentário junto da Paris Filmes, antes de completar quatro semanas de exibição, o filme já havia levado mais de 33 mil espectadores ao circuito comercial, tornando-se oficialmente o documentário brasileiro mais assistido nos cinemas neste primeiro semestre de 2025.
A obra, que conta com uma última entrevista inédita da cantora, ricos materiais de arquivo e registros cotidianos gravados por ela mesma, explora as várias facetas da rainha do rock brasileiro.
MORRE CAMILA LOBOGUERRERO, PIONEIRA DO CINEMA COLOMBIANO
Faleceu neste sábado (21 de junho), aos 83 anos, a cineasta Camila Loboguerrero, primeira mulher a dirigir longas-metragens de ficção na Colômbia.
Ao longos dos anos, Loboguerrero trabalhou como diretora, roteirista e montadora, e foi figura central na fundação da Filmando Ltda., uma das primeiras produtoras independentes do país. Era considerada uma exímia narradora das realidades sociais e políticas da Colômbia. Seu filme mais reconhecido é “María Cano” (1990), uma biografia histórica da líder política interpretada por María Eugenia Dávila.
Também atuou ativamente como defensora das mulheres na indústria cinematográfica e dos direitos dos roteiristas, chegou a ser diretora nacional de cinematografía do Ministério da Cultura e deixou um legado inestimável de contribuição com a formação da identidade do cinema colombiano. Leia no The Hollywood Reporter en Español o perfil completo de Camila Loboguerrero.
Contato e PIX: eraumavez.americalatina@gmail.com